09 outubro 2014

Como Devorar A Bibliografia Obrigatória: 5 Truques Dos Já Cansados

Tardes (e noites) com autores

Bem sei que não é privilégio de todos os cursos ter uma bibliografia obrigatória da dimensão da querida Pangeia...
Nem esperava eu que tal tortura se impusesse a todas as criaturas vulneráveis ao horror simbólico da academia.
Eu mesma fui enjaulada sem aviso prévio neste jogo interessante de capítulos, livros, letras, retalhos e excertos que se multiplicam como se tivessem sido amaldiçoados por alguma personagem daquela bela saga a que não tenho, actualmente, acesso em virtude da alegria de ler Foucault, Arendt, Costant e todos os seus amigos emprestados.

Se estiver prestes a afundar na possibilidade de nunca ser capaz de a devorar, não desespere! Eis 5 regras para se manter sob a porta do Titanic que a egoísta Rose não quis partilhar.

Planificação é a palavra
Não seja ambicioso. Planeie as leituras de forma realista e organizada, sufocando cada pedaço de tempo livre para esgotar mais umas páginas.
Com a determinação de não falhar um dia de consumo, chegará a Dezembro com umas meras 1000 páginas para ler... Coragem!

Power Nap
Ninguém merece acordar às 6 e meia para depois escutar seis horas de oratória mais ou menos interessante.
Embora me encontre em liberdade pelas 2 das tarde, uma imensa dormência tende a apoderar-se de mim.
Se partilha do mesmo problema, prefira uma rápida sesta de 15 a 30 minutos que é mais do que suficiente para saciar esse monstro mal dormido que jaz dentro de si e para repor a energia da outra besta lendária que exterminará os grandes clássicos...

A playlist certa
Opte pela música clássica repleta de nuances e movimento para manter o espírito em alta e cancelar eventuais ruídos e histórias que insistem em exigir atenção.
A minha preferida? Um aglomerado de Beethoven numa bela tarde outonal.

A pena numa mão e na outra o livro
Tire notas de todos os extratos que considerar mais relevantes e construa um conjunto de apontamentos, somente, relativos às conquistas bibliográficas.
Ler, rapidamente, sem sublinhar ou apontar é, efetivamente, inútil e, nada mais, do que uma grande perda de tempo.
A sua memória não é esse registo fotográfico perfeito - ou pelo menos não tão perfeito quanto pensa!

Cortes militares
Não interrompa a leitura a meio de uma página, nem sequer a meio de um capitulo.
Dê por finalizada uma porção da tarefa e prossiga para a outra vontade que se impõe.
Esta restrição fará com que acelere o ritmo de consumo - já que mal pode esperar pelo fim - e previne a confusão resultante de uma frase ou ideia mal acabada pela interrupção imprevista.

De marcador florescente na mão, sesta concretizada e auscultadores irmanados com o cerebelo, inicie, estoicamente, esta tarefa que, certamente, dará muitos frutos e regalias.
A viagem ao mundo interior do outro é, definitivamente, a arma mais poderosa na criação da habilidade de pensar...
Delicie-se com a aventura.
Não tem de o fazer, mas porquê negar a oportunidade?

Inspirado na vida,
IP



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